Não se vai à Turquia para se mimetizar com os locais. O que se quer é ser surpreendido, chocado, mesmerizado. E você vai conseguir tudo isso de prima. Essa sensação se deve muito às atrações ligadas às religiões. Delas, a mais impactante é a Hagia Sofia.
Imaginemos que você é passageiro de um cruzeiro e tenha UMA TARDE apenas em Istambul: de modo algum pode perder a Hagia Sophia. Pronto, dei a medida da relevância da atração.
Em Istambul, o mais blasé dos viajantes – há quem não se ache turista- não pode passar incólume à alta turistagem. Não adianta, os programas turísticos são inescapáveis. E a Hagia Sophia está no topo, ao lado da Mesquita Azul. Sinceramente, eu não saberia dizer qual é a mais interessante.
A Hagia Sophia na verdade é a fusão de vários períodos históricos em um só monumento: o primeiro deles foi inaugurado por volta de 350 pelo filho de Constantino, Constantino II. Batizada como Megale Ekklesia, Igreja Grande, acabou incorporando o nome Sophia, no sentido de “sabedoria”, no século V.
Era um templo cristão, sendo Sophia a sabedoria divina do Deus feito homem, Cristo. Não há muitos vestígios dessa primeira Hagia Sophia. Reza a lenda (ou será a história?) que Juliano, o Apóstata, o último imperador romano pagão, pretendia transformá-la num celeiro: queria guardar feno na nave central e os animais, em estábulos nas laterais.
Graças à Tutátis ele não regressou da Pérsia e a linda basílica (que naquele tempo nem era tão linda assim) pôde continuar sofrendo as intervenções realizadas por duas religiões para se transformar no que a gente vê hoje.
Mas, antes de chegar lá, passou pela segunda Hagia Sophia. Credita-se as obras dessa segunda basílica a Teodósio II, que proibiu as imagens sagradas nos mosaicos do chão, e teve lugar após um incêndio ocorrido em 404. Supõe-se que seu teto era de madeira e, por isso, não sobreviveu a outro incêndio ocorrido em 532 e que levou à terceira Hagia Sophia.
A reconstrução da basílica terminou em 537 e muitas lendas cercam o feito. Dizem que foi realizada por cerca de 10 mil homens a mando do Imperador Justiniano. A cúpula foi feita com ladrilhos fabricados em Rhodes e a cada doze deles, foram colocadas relíquias dos santos; os operários oravam enquanto trabalhavam.
Dizem que as colunas verdes existentes nos dois lados da nave vieram do Templo de Artêmis, uma das doze maravilhas do mundo antigo, localizada em Ephesus. Provavelmente não passa de uma lenda, que se perpetuou em razão da grandiosidade das peças. Cada uma delas é feita de um único bloco de um tipo de mármore extraído da Tessália.
Em 557 sofreu mais um dos vários terremotos que se seguiram, fazendo com que fosse reconstruída ainda diversas vezes. A mudança mais significativa se deu após a conquista turca, quando os elementos islâmicos foram acrescentados. Inscrições corânicas podem ser vistas nos belos medalhões que foram colocados no alto e também na bela cúpula dourada.
O contraste entre a riqueza do interior da igreja e o seu exterior simples mostra o quanto se queria surpreender aqueles que nela entravam, sensação que continua se repetindo para cada um que a visita até os dias de hoje. Foi utilizada como igreja por 916 anos. Após a conquista de Constantinopla por Fatih Sultan Mehmed, foi convertida em mesquita. Em 1935, Atatürk transformou-a em museu.
Endereço: Ayasofya Square, Sultanahmet, Istambul
Telefone: +90 (212) 522-1750
Horário de funcionamento: de 9h às 19h no verão (15 de abril a 1º de outubro) e 9h às 18h no inverno (1º/10 a 15/4). Admissão até 1 hora antes de fechar. Fecha às segundas.
Preço: 30 TL (trinta liras turcas)
Mais informações: Ayasofya Muzesi
Fonte histórica: Fatih Cimok – Hagia Sophia
Que delícia de post! Gosto tanto da Hagia Sophia, foi muito bom matar saudades!
Lili, concordo com você, Hagia Sophia é belíssima !!! Cada vez que fui a Istambul, reservei algumas para ela.
Desta última vez, fiquei encantada de ver turmas de crianças com a professora, fazendo visita à ela.
Também adoro admirá-la externamente, na hora do por do sol.
Parabéns pelo post está lindo beijos
… algumas horas….
Estou me deliciando com seu site. Irei à Turquia em abril e uma pesquisa aleatória vou me rolando de uma página à outra e parei aqui.
Além da paixão e riqueza de detalhes que você passa, a pesquisa feita, para relatar as questões históricas (e sem atenção aos fatos históricos, nenhum povo, monumento, bairro ou pedrisco tem o mesmo brilho, o mesmo gigantismo).
Seu blog será o meu guia na Turquia!
Vivian, tenho muitas informações sobre a Turquia ainda não postadas, fique à vontade para perguntar sobre suas dúvidas.